segunda-feira, 5 de abril de 2010

Ciências



No seu sentido mais amplo, ciência (do Latim scientia, significando "conhecimento") refere-se a qualquer conhecimento ou prática sistemático. Num sentido mais restrito, ciência refere-se a um sistema de adquirir conhecimento baseado no método científico, assim como ao corpo organizado de conhecimento conseguido através de tal pesquisa.

A ciência é o esforço para descobrir e aumentar o conhecimento humano de como a realidade funciona.

Ciência refere-se tanto a:

A Ciência é o conhecimento ou um sistema de conhecimentos que abarca verdades gerais ou a operação de leis gerais especialmente obtidas e testadas através do método científico.



Surgimento da Ciência

O pensamento científico surgiu na Grécia Antiga com os pensadores pré-socráticos que foram chamados de Filósofos da Natureza e também Pré-cientistas. Nesse período a sociedade ocidental, saiu de uma forma de pensamento baseada em mitos e dogmas, para entrar no pensamento científico baseado no Ceticismo.

O pensamento dogmático coloca as idéias como sendo superiores ao que se observa. O Pensamento Cético coloca o que é observado como sendo superior às idéias. Por mais que se observe fatos que destruam o dogma, uma pessoa com pensamento dogmático preservará o seu dogma. Para a ciência uma teoria é uma idéia, mas se observarmos fatos que comprovem a falsidade da idéia, o cientista tem a obrigação de destruir ou modificar a teoria.

Na época de Sócrates e seu contemporâneos, o pensamento científico se consolidou, principalmente com o surgimento do conceito de prova científica, ou repetição do fato observado na natureza.

Tanto as religiões como a ciência tentam descrever a natureza. A diferença está na forma de pensar. O cientista não aceita descrever o natural com o sobrenatural, para ele é necessária a observação de provas que eventualmente destroem as idéias. Para um cientista a ciência é uma só, pois a natureza é apenas uma. Sendo assim, as idéias da física devem complementar as idéias da química, da paleontologia, geografia e assim por diante. Embora a ciência seja dividida em áreas, para facilitar o estudo, ela ainda continua sendo apenas uma.



Objetivos

A ciência não se considera dona da verdade absoluta e inquestionável. A partir do racionalismo crítico, todas as suas verdades podem ser quebradas, bastando apenas um pingo de evidência. A ciência tira conclusões da realidade através de observações da natureza.

A ciência não é uma fonte de julgamentos de valores subjetivos, apesar de poder certamente tratar de casos de ética e política pública ao enfatizar as prováveis conseqüências das ações. O que alguém projeta a partir de hipóteses científicas atuais mais racionais, adentrando outros reinos de interesse, não é um tópico científico e o método científico não oferece qualquer assistência para quem deseja fazê-lo dessa maneira. A justificativa científica (ou refutação) para muitas coisas é, ao contrário, freqüentemente exigida. Claro que o valor dos julgamentos são intrínsecos à ciência. Por exemplo, os valores verdadeiros e o conhecimento da ciência.

O objetivo subjacente ou propósito da ciência para a sociedade e indivíduos é o de produzir modelos úteis da realidade. Tem-se dito que é virtualmente impossível fazer inferências dos sentidos humanos que realmente descrevem o que "é". Por outro lado, como dito, a ciência pode fazer predições baseadas em observações. Essas predições geralmente beneficiam a sociedade ou indivíduos humanos que fazem uso delas, por exemplo, a física Newtoniana, e em casos mais extremos a relatividade, nos permite predizer qualquer coisa do efeito de um movimento que uma bola de bilhar terá em outras até coisas como trajetórias de sondas espaciais e satélites. As ciências sociais nos permite predizer (com acurácia limitada até agora) coisas como a turbulência econômica e também para melhor entender o comportamento humano a fim de produzir modelos úteis da sociedade e trabalhar mais empiricamente com políticas governamentais. A Química e a Biologia juntas têm transformado nossa habilidade em usar e predizer reações e cenários químicos e biológicos. Nos tempos modernos, essas disciplinas científicas segregadas (notavelmente as duas últimas) estão sendo mais utilizadas conjuntamente a fim de produzir modelos e ferramentas mais complexas.

Em resumo, a ciência produz modelos úteis os quais nos permitem fazer predições mais úteis. A ciência tenta descrever o que é, mas evita tentar determinar o que é (o que é impossível para razões práticas). A ciência é uma ferramenta útil… é um corpo crescente de entendimento que nos permite identificarmo-nos mais eficazmente com o meio ao nosso redor e a melhor forma de adaptarmo-nos e evoluirmos como um todo social assim como independentemente.

O individualismo é uma suposição tácita subjacente a muitas bases empíricas da ciência que trata a ciência como se ela fosse puramente uma forma de um único indivíduo confrontar a natureza, testando e predizendo hipóteses. De fato, a ciência é sempre uma atividade coletiva conduzida por uma comunidade científica. Isso pode ser demonstrado de várias maneiras, talvez o resultado mais fundamental e trivial proveniente da ciência seja comunicada com a linguagem. Então, os valores das comunidades científicas permeiam a ciência que elas produzem.


Ciências ao serviço da ideologia e da guerra

Durante a primeira Guerra Mundial, as ciências foram utilizadas pelo Estado a fim de desenvolver novas armas químicas e desenvolver estudos balísticos. Houve o nascimento da economia de guerra, que se apóia sobre métodos científicos. O OST, ou Organização Científica do Trabalho, de Frederick Winslow Taylor, é um esforço de melhorar a produtividade industrial graças à emissão das tarefas autorizada nomeadamente pela cronometragem. No entanto, foi durante a Segunda Guerra Mundial que a ciência passou a ser utilizada para fins militares. As armas secretas da Alemanha nazista como o V2 ou o radar estão no centro das descobertas desta época.

Todas as disciplinas científicas são assim dignos de interesse para os governos. O rapto de cientistas alemães no fim da guerra quer pelos soviéticos, quer pelos americanos, faz nascer a noção de guerra dos cérebros, que culminará com a corrida armamentista da Guerra Fria. Este período é, com efeito, o que tem contado com o maior número de descobertas científicas, nomeadamente a bomba atômica, e em seguida a bomba de hidrogénio. Numerosas disciplinas nascem da abordagem no domínio militar, como a criptografia informática ou a bacteriologia, para a guerra biológica. Amy Dahan e Dominica Pestre explica assim, a propósito de este período de investigações desenfreadas, que ele se trata de um regime epistemológico específico. Comentando o seu livro, Loïc Petitgirard explica: "Este novo regime de ciência é caracterizado pela multiplicação das novas práticas e as relações sempre mais estreitas entre ciência, Estado e sociedade." A concepção deste que nomeia então o complexo militar-industrial aparece em relação muito íntima com o política.

A partir de 1945, com a constatação do aumento das tensões devido à oposição dos blocos capitalistas e comunistas, a guerra torna-se si própria o objeto da ciência: o polemologia.

Por último, se a ciência está por definição neutra, ela permanece à mercê dos homens, e às ideologias dominantes. Assim, de acordo com os sociólogos relativistas Barry Barnes e David Bloor da Universidade d' Edimburgo, as teorias são abordagens aceitas no poder político. Uma teoria se imporia então não porque é verdadeira, mas porque é defendida pelo mais forte. Em outros termos, a ciência seria se não uma expressão elitista, uma opinião majoritária reconhecida como uma verdade científica. A Sociologia das ciências assim se interessa a partir dos anos 1970, à influência do contexto macrosocial sobre o espaço científico. Robert King Merton mostrou, em Elementos da teoria e do método sociológico (1965) as relações estreitas entre o desenvolvimento da Royal Society, fundada em 1660, e a ética puritana dos seus atores. Para ele, a visão do mundo protestants da época permitiu o crescimento do campo científico.



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